A Grande Biblioteca - Parte 1
- Ordem do Reino
- 2 de out. de 2016
- 4 min de leitura

A Grande Biblioteca - Parte 1
Do Mito da Criação à Era das Trevas
Humanos, Deuses e Demônios. Como eles se relacionam? Como surgiram?
Hoje em dia faz parte do nosso folclore a lenda que diz respeito ao fato de nós, meros humanos, termos vivido ao lado das deusas há centenas de anos atrás. Em tempos antigos, os humanos viveram em um paraíso junto as deusas. Essa ideia hoje parece ridícula para muitas pessoas, mas de fato essa é a verdade, além de ir muito além de apenas isso. No começo havia Deus, um céu com estrelas dançantes, uma terra para suportar aquele céu. Isso tudo foi criado por ele junto aos humanos e outras misteriosas vidas. E este mundo foi criado. Deus pintou cores deslumbrantes neste mundo e caiu um um sono eterno. Assim, ele se tornou a Árvore Divina, depois de ordenar que ninguém lhe despertasse de seu sono que deveria ser eterno.
Surgiram aqueles que seriam os primeiros deuses de sua criação. Saule era o próprio sol que iluminava durante todo o tempo, e era a mais poderosa de todas. Casou-se com Menulis que era a própria lua que vivia ao seu lado durante todo o tempo. E sim, era um deus representado pelo sexo masculino. Saule e Menulis tiveram muitos filhos, entre eles: Vaivora - A Deusa das Teorias, representada pelo planeta Mercúrio, é mestra dos bibliotecários, como eu, e aquela que computa toda a história da existência na maior biblioteca do universo. Ausrine - A Deusa do Amanhecer, representada pelo planeta Vênus, é aquela que desperta sua mãe Saule para que o dia brilhe. Vakarine - A Deusa do Anoitecer, representada pelo planeta Terra, é aquela que prepara o leito para que sua mãe Saule repouse. Essas são as mais importantes.
Porém, a relação de sol e lua não durou muito tempo. Menulis mostrou-se infiel e começou a cortejar sua própria filha Ausrine - A estrela da manhã e a mais bela das deusas. Em meio a esse novo panteão também havia um deus, seu nome era Perkunas - O Deus do Trovão e Juiz dos Deuses, portanto, justo, tinha jurisdição sobre os deuses no trabalho de manter o panteão em ordem. Perkunas puniu Menulis por sua infidelidade, partindo-o em dois com sua espada. Nesse momento, Vakarine tornou-se a nova Deusa da Lua por um breve momento.

Anos após, Menulis havia retornado e conseguiu o perdão de Saule. Nessa relação uma nova filha deles nasceu, é Zemyna - A caçula, Deusa da Natureza. Mas Menulis não aprendeu com seus erros e novamente tentou cumprir um ato de adultério, sendo novamente punido pelo incansável deus Perkunas.
Ficou oficializado então que Vakarine seria a definitiva Deusa da Lua e que no retorno de Menulis, ele seria um auxiliar. O posto de Deusa da Terra ficou sobre os ombros da graciosa e jovem Zemyna, que não tardou em ser a mais venerada deusa dos humanos e animais. Desde então formou-se dia e noite: Pela manhã, Ausrine despertava Saule que visitava sua querida caçula Zemyna por todo o dia, até repousar sobre o leito preparado por Vakarine. Durante a noite era a vez de Menulis visitá-la. Em raríssimos casos, Menulis e Saule faziam as pazes e se amavam por apenas um momento - estes eram os eclipses.
Houve paz por eras. Mesmo assim, o homem começou a sentir falta do Deus primordial, não aceitando que ele havia se tornado uma árvore. Talvez, Deus havia tomado a decisão de que nós, os mortais, devíamos agora andar com nossas próprias pernas. E nós andamos...
Então houve a era em que vivíamos com elas. Não se sabe porque o mundo do homem foi construído, mas nós não queríamos deixá-las. E elas nos amavam, de suas formas. A fada Eitbaras escreveu um triste livro de recordações a respeito do que houve após. Ela se lembrava de tempos pacíficos e felizes, mas dias obscuros chegaram: nós, os humanos, nos focamos em nossas crescentes e fortes ambições por poder e travamos guerras entre nós e contra outras raças. Essa Era das Trevas não parecia que teria um fim, a cada dia nos tornamos mais selvagens por territórios e por dominação. Surgiram os povos bárbaros, armados com grandes espadas, e por um tempo, todos nós fomos deste jeito, sem salvação.
Eitbaras ficou profundamente intrigada a respeito do motivo de nossos comportamentos. Pensou que poderia ser que os humanos sempre eram assim e agora tinham vidas independentes. Deusa Ausrine buscou por respostas a respeito sobre o conflito, não aceitando abandonar o homem, pediu para que Eitbaras orasse para que o homem se sentisse agraciado pela vida e conforto em seus lares. Nesse momento, deusas trigêmeas se aproximaram bastante do homem. A primeira delas é Laima - Deusa do Destino e Profecia, tida como a mais sábia entre as deusas e uma das mais estranhas. Dalia era a segunda - Deusa da Fortuna, agraciadora da sorte financeira e dos sucessos. Giltine era a terceira - Deusa da Morte, aquela que garantia que todo ser vivo fosse mortal para renovar a terra.
A fada Eitbaras buscou por Giltine, se ela tinha acesso ao homem em seu leito de morte, ela saberia a resposta. Giltine inicialmente não quis responder a fada, mas logo abriu seus lábios em resposta: "Eu não lhe darei a resposta. Mas eu posso lhe dar poder. O poder que pode lhe dirigir ao caminho da resposta de que procura. Mesmo se nunca encontrar, você estará satisfeita com sua nova mudança". Eitbaras fugiu saiu sem dizer coisa alguma. Dias se passaram a decidiu, que no próximo brilho do sol daria sua resposta a Giltine.
A resposta é muito clara, e podemos entender mesmo sem sermos Demônios - aqueles seres sedentos por respostas e pelo retorno de Deus. Nos acostumamos com sua presença. E sentimos o fato de que Deus não está conosco. O momento que as pessoas perceberam sua ausência foi a fonte de suas ansiedades, nós não podíamos mais viver juntos. No fim, a ansiedade que foi cravada por Deus cresceu em uma obsessão por despertá-lo. Lançamos mão do nome que Deus nos deu e passamos a nos chamar demônios, ou eles o fizeram. As obsessões... Isso trouxe a calamidade para este mundo. Na ordem dos humanos e outras raças serem amadas... Decidiram que precisavam desobedecer as palavras de Deus e buscaram lhe despertar.
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